No ser humano o cabelo é muito valorizado e sua importância ultrapassa o universo da estética. Os cabelos longos podem ter um significado religioso ou, como em alguns povos na antiguidade, ser símbolo de poder e força.
Em certas comunidades religiosas, raspar a cabeça é um sinal de renúncia às coisas materiais e vaidades do mundo, pelo fato de se desfazer de um atributo estético muito precioso. Através dos tempos, a importância e o significado social dos cabelos têm se mantido mais ou menos inalterados. Até mesmo em alguns outros mamíferos, cuja finalidade dos pêlos é a proteção, pode se observar o quanto a pelagem é importante para sua auto-estima e beleza.
Para os humanos, a perspectiva de uma calvície, principalmente precoce, é assustadora. Por isso, a perda dos cabelos tem um impacto emocional muito grande nas pessoas afetadas. As mulheres sofrem mais que os homens, pois na mulher os cabelos também são considerados um atributo da sensualidade feminina. A calvície na mulher, portanto, pode ser comparada ao sentimento da perda de uma mama.
Nas diferentes raças humanas existem variações quanto à ondulação, cor e espessura do fio. As características quanto as estruturas moleculares e o ciclo de vida dos cabelos, no entanto, são iguais para todos os povos e, de fato, todas as pessoas vão perder cabelos, algumas mais; outras menos.
Nos homens, o principal fator de perda dos cabelos é devido à alopecia androgenética
– andro = hormônio masculino
e genético = predisposição transmitida por genes – que provoca queda de cabelo crônica e difusa. A evolução da alopecia androgenética inicia-se por volta dos 17 ou 18 anos, com uma significativa queda diária dos fios.
Já nas mulheres, os fatores da calvície também podem ser hereditários, e devido ao uso excessivo de produtos e tinturas nos cabelos, problema de tireóide, entre outros, além das pílulas anticoncepcionais. Se a queda realmente ocorrer, o ginecologista deverá ser consultado para tentar substituir o anticoncepcional usado.
Mas, seja homem ou mulher e independentemente da raça e da idade, o cabelo tem um ciclo de vida que está dividido em três etapas distintas de desenvolvimento:
Fase Anágena: corresponde ao crescimento ativo do cabelo. Dura de três a seis anos.
Fase Catágena: é o período de regressão, ou seja, o cabelo começa a morrer. Dura três semanas.
Fase Telógena: dura aproximadamente três meses, onde o cabelo morto é empurrado por um novo fio anágeno.
A nossa cabeleira possui de 80 a 90% de fios na fase Anágena, onde de 50 a100 fios de cabelos caem diariamente. O início da queda de cabelos varia da puberdade até a quarta década, com variações na intensidade e no ritmo, dependendo de como cuidamos dos cabelos para não afetar o seu ciclo. Em mulheres, pode ter início na sexta década, coincidindo geralmente com a menopausa. A calvície masculina, entretanto, é mais fácil identificar e raramente se confunde com outros quadros de alopecia.
O quadro clínico é característico, variando somente em extensão: de acentuado recuo na linha frontal e/ou rarefação no vértex, que com a evolução do quadro podem confluir, até a perda total dos cabelos nessa área. Nos homens há o agravante de uma enzima chamada 5-alfa-redutase, que transforma o hormônio testosterona em diidrotestosterona (DHT).